Dia do trabalhador?

Neste primeiro de maio eu gostaria de fazer uma homenagem motivada pela indignação. Gostaria de parabenizar a todos os trabalhadores que, mesmo sem condições dignas de trabalho permanecem lutando, trabalhando para angariar seu pão de cada dia. Mas gostaria de homenagear especialmente uma classe que,
além das condições ruins de trabalho, são criticados e vaiados por uma sociedade que não consegue entender o valor da educação. Parabéns aos professores constantemente criticados por uma elite desconhecedora das dificuldades pelas quais os profissionais da educação passam. Parabéns àqueles que lutam para ensinar a pensar os filhos daqueles que apenas se preocupam com quem é o lider no BBB ou no Campeonato Brasileiro. Pessoas que têm a coragem de dizer que se não estamos satisfeitos com nossa profissão deveriamos trocar. 

Eu às vezes penso sobre como seria este nosso "Brasilzão" sem professores. Eu até queria ver o dia em que todos os professores parassem e dissessem: "Não vamos mais dar aulas. Chega. Vamos fazer outra coisa mais rentável. Vamos ser engenheiros, advogados, médicos, políticos. Vou estudar medicina. Mas, peraí! Quem vai me ensinar a ser um médico? Não há mais professores! Não dá pra ser médico, nem engenheiro, nem advogado! Não há mais professores!" Como ficaria o Brasil? Como ficariam os milhões de crianças, adolescentes, adultos e idosos, muitos dos quais relegados ao esquecimento e em nada importantes à sociedade para que uma educação de qualidade seja a eles ofertada. Para que investir em professores? No país do futebol, dos reality shows, do carnaval e do funk a educação é uma coisa perfeitamente dispensável. 

Perdoem-me o desabafo, mas tem coisa que não dá pra apenas ouvir. É doloroso. Que país hipócrita esse nosso! Mais uma vez, parabéns aos guerreiros professores da educação pública, particular, infantil, básica, do ensino médio e superior, e que a luta continue. Vamos sim continuar levantando a bandeira da indignação pelas péssimas condições do ensino neste nosso país. Vamos sim lutar por uma educação melhor para nós e nossos alunos.

"(...) não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação reflexão”. (FREIRE, 1987, p.78)".